De Filho do Trovão Para Discípulo Amado
Amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não se manifestou o que havemos de ser, mas sabemos que, quando Ele Se manifestar, seremos semelhantes a Ele, pois O veremos como Ele é. 1 João 3:2
Seu próprio nome não aparece no Evangelho que ele escreveu, mas ele faz duas referências a si mesmo como “o discípulo a quem Jesus amava” (Jo 13:23; 21:20). Jesus o chamou de “filho do trovão”, e em três incidentes ele deixou transparecer seu lado audacioso e intempestivo. O primeiro foi quando os discípulos estavam indo a Jerusalém e os samaritanos não permitiram que eles passassem pelo seu território. Naquele momento, João desejou ter raios laser na ponta dos dedos, apontar para eles e reduzi-los a filetes de fumaça. Em outra ocasião, foi uma demonstração de ciúme e exclusivismo. Encontraram um homem que não era do grupo dos doze expulsando demônios. “Mestre, [...] procuramos impedi-lo, porque ele não era um dos nossos” (Mc 9:38). Mas demonstração de ambição mesmo foi quando pediu que ele e o irmão se sentassem um à direita e outro à esquerda de Jesus, quando o Mestre estabelecesse Seu reino. Ao ver essas coisas, eu digo: “Puxa! Ainda há esperança para mim.”
Como “discípulo amado”, vemos a coragem de João em acompanhar Jesus em Seu julgamento. Aparentemente, ele foi o único discípulo presente na crucifixão de Jesus. João demonstrou sua ternura quando recebeu a mãe de Jesus. Além disso, a Bíblia seria incompleta sem os relatos contidos no Evangelho de João, como as bodas de Caná, os encontros de Jesus com Nicodemos e a samaritana e os detalhes da última ceia. E não podemos nos esquecer da definição de amor encontrada em sua epístola (cf. 1Jo 4:7-21).
A convivência com Jesus, ao ver Sua compaixão no trato com as pessoas, ao se sentir amado e apreciado pelo Mestre, tudo isso contribuiu para transformar o “filho do trovão” em “apóstolo do amor”. “João era orgulhoso, ambicioso e de espírito combativo, mas por sob tudo isto o divino Mestre divisou o coração ardente, sincero e amante” (Ellen G. White, Educação, p. 87).
Perguntamos, então, se o amor é cego, se vê somente o que é bom e desconhece o mal. John Powell disse: “Se meu motivo é o amor, a primeira coisa que farei será observá-lo, olhá-lo com os olhos supervidentes do amor. O amor realmente não é cego. É supervidente. A pessoa amorosa vê em outrem coisas que olhos sem amor jamais conseguem.” Jesus vislumbra aquilo em que podemos nos tornar. Ele pode nos transformar, como fez com João.
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13 de janeiro Quinta
Alguém Pode me Ajudar?
Quando o viu deitado e soube que ele vivia naquele estado durante tanto tempo, Jesus lhe perguntou: “Você quer ser curado?” João 5:6
O que Jesus estava tentando fazer era unir ideias contraditórias que surgem quando você ouve expressões como “prazer miserável”, “docemente terrível”, “perdendo vitoriosamente”, e a que um bêbado certa vez disse a um amigo pastor: “Pastor, estou sentindo uma paz infernal.”
A pergunta de Jesus “Você quer ser curado?” era retórica. O paralítico não respondeu: “Não, eu estou aqui apenas aproveitando o Sol de hoje para me bronzear.”
Ali em Betesda havia muitos casos que mereciam atenção, mas Jesus escolheu o pior deles. Jesus perguntou: “Você quer voltar a andar; quer ficar curado e viver plenamente sua vida?” Esperança, desejo e alegria, tudo estava dentro dessa pergunta para lhe despertar a fé. Assim, a pergunta dirigida ao paralítico apresenta um forte paradoxo.
Jesus estava no meio de gente desafortunada e triste, que dizia: “Não posso, não sou suficientemente forte para entrar no poço.”
Todos os métodos que aquele homem tinha experimentado para ser curado haviam dado em nada. A esperança era continuamente reavivada sempre que ele fazia nova tentativa, mas era seguida de amargo desapontamento. O abandono dos amigos o havia deixado ainda mais desanimado.
Em contraste com os 38 anos de espera, a Bíblia diz que ele imediatamente voltou a andar.
Hoje, para tentar responder à pergunta “Você quer ser curado?”, muitas pessoas se voltam para a autoajuda. Você pode visitar sua livraria predileta e vai perceber quanto espaço é dedicado a essa seção, equivocadamente colocada junto a livros de assuntos espirituais. E se você vir catálogos de grandes livrarias, vai descobrir também a predominância de espaço dedicado à autoajuda.
O grande médico Jesus continua hoje Suas caminhadas, indo ao encontro dos menos valorizados e dos mais necessitados. Ele quer transformar sua casa, seu local de trabalho, de estudo, em uma Betesda, uma “casa de misericórdia”.
Ouça a pergunta de Jesus feita diretamente para você: “Você quer ser curado?” Que problemas você está enfrentando agora para os quais necessita de ajuda? Que lutas você não está conseguindo vencer?
Senhor, admito que sou pecador. Reconheço que sem Tua ajuda nada vou conseguir. Hoje quero aceitar Teu poder para minha vida.
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