terça-feira, 14 de dezembro de 2010

será que a lei foi abolida?



Se não existe Lei não existe pecado, porque pecado é a transgrecao da lei segundo 1 Joao 3:4. E com relação a 2 corintios 3:14. "E se, o ministério de morte, gravado com letras em pedras foi com glória, tanto que os filhos de Israel não puderam fixar a vista no rosto de Moisés por causa da glória de seu rosto, a qual tinha de perecer, como não será mais bem com glória o ministério do Espírito?" (II Coríntios 3:7 e 8).
MINISTÉRIO DE MORTE
Lendo atentamente II Coríntios 3 percebe-se que Paulo fala de "dois ministérios" e não de "lei". O termo lei não é empregado, o que será fundamental para análise do texto. Ministério, ministração ou administração não é sinônimo de lei. Uma coisa é ministrar uma lei, outra é a lei em si mesma. A ministração ou ministério refere-se os meios pelos quais a lei é aplicada, ensinada e vivida.

O "ministério da morte" ou "ministério da condenação" refere-se ao antigo ministério da Lei de Deus, e esta lei fora "gravadas com letras em pedra", ou seja, em II Coríntios 3 é dito como o antigo ou velho concerto era gerenciado tendo como base o Decálogo; concerto este que pela incapacidade dos israelitas e pelo cumprimento das profecias, precisou ser abolido (Isaías 1:10-16; Oséias 4:1-6; Daniel 9:27 cf Jeremias 11:1-8; Oséias 2:11).

Paulo contrastando o "velho concerto" com o "novo concerto", chama este último de o "ministério do Espírito" ou "ministério da justiça". Ele demonstra também que Cristo e o Seu "novo ministério" são a glória refulgente, em contraste com a glória do "velho ministério" dos tempos da antiga aliança que se tornara empalidecia e desaparecia (II Coríntios 3:9 cf Hebreus 3:1-3).

Os crentes judeus, os quais antes de aceitarem Cristo como Salvador, criam naturalmente que a glória do Sinai e a ministração ou ministério exercido pelos sacerdotes, levitas e governantes eram a última palavra de salvação no plano celestial. No entanto, viram depois que a glória e o ministério de Cristo no santuário celestial era muito mais superior (Hebreus 5:1-10; Hebreus 8:1-13).

Por simples figura de linguagem, o ministério da Lei de Deus, ou, a maneira como esta lei era administrada no "velho concerto" é denominado de "morte" ou "condenação" (cf Colossenses 2:13-14).

Exemplificando pela própria Bíblia a figura de linguagem utilizada por Paulo: nos dias de Eliseu, certa vez, os filhos dos profetas ajuntaram-se em torno da "panela grande" em que se cozeu colocíntida. Evidentemente que eram ervas venenosas porque clamaram aos que as comiam: "Homem de Deus, há morte na panela" (II Reis 4:38-40). Em linguagem exata, disseram que havia algo no interior da panela que iria causar a morte, mas, trocando a causa pelo efeito, gritaram, expressando-se daquela forma. Outro exemplo é Isaías 28:18: "A vossa aliança com a morte será anulada..." Obviamente que ninguém faz aliança com a morte, isso seria bizarro.
GRAVADOS COM LETRAS EM PEDRAS
Considerando a "letra que mata", em contraste com o "Espírito que vivifica". Um ministério baseado somente na letra (isto é na Lei de Deus), sem o Seu Legislador, neste caso Jesus Cristo, resulta somente em morte para os seus transgressores; mas um ministério de lei, baseado na justiça de Cristo através da ação do Espírito Santo no coração do pecador, resulta em vida (Hebreus 10:16-17; Jeremias 31:31-34 cf Romanos 2:14-16). O "velho ministério" foi letra morta por inadimplemento por parte do povo, porque não estava ligado ao Espírito de Deus (Isaías 1:4 e 5 cf Romanos 8:1-5). O "novo ministério" veio reaver o Espírito que vivifica, por ser Cristo quem habilita o homem a obedecer. Por isso Paulo chama o "novo ministério" de "ministério do Espírito".

Alguns indicam que II Coríntios 3:7 refere-se ser a Lei de Deus o "ministério da morte". Estudando porém o contexto do verso e outros textos paralelos do apóstolo Paulo onde a Lei de Deus é exaltada por ele, vê-se a infelicidade desta declaração, e, como mencionado no ínicio deste tema, ministério não é sinônimo de lei. O apóstolo disse que a Lei de Deus é "santa, e o mandamento santo, justo e bom", e está lei não pode ser substituída pela fé e nem pela graça (Romanos 7:12; Romanos 3:31; Romanos 6:15). E "o que é bom de modo nenhum se tornou em morte" (Romanos 7:13 cf Romanos 8:13). Se o mandamento do Senhor "não se tornou em morte", chega-se à fatal conclusão de que o "ministério da morte" não é a Lei de Deus consubstanciada nos dez mandamentos.

Considerar que as tábuas de pedra significavam morte, vem as seguintes indagações: - Como pode Deus conceder a Seu povo reunido solenemente uma lei que representa morte? Que Deus é este que trata discrimidamente a Seu povo, reservando uma "lei de amor e justiça" para os cristãos, enquanto os israelitas recebem uma que reflete morte?

Não existe lógica e muito menos respaldo bíblico considerar que "ministério da morte" é sinônimo da Lei de Deus. Além de afrontar os ensinos de Paulo, seria afirmar que Deus faz acepção de pessoas.

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