sábado, 18 de dezembro de 2010

Pensamento Religioso Diminui Transtornos Mentais


Você se considera religioso? Com que frequência participa de encontros religiosos? E qual sua religião? Essas foram algumas das perguntas respondidas por 1.980 idosos moradores de uma região de baixa renda de São Paulo.

A pesquisa fez parte do estudo “Investigando o papel do suporte social na associação entre religiosidade e saúde mental em idosos de baixa renda: resultados do São Paulo Ageing & Health Study (SPAH)”, desenvolvido por Alexandre Corrêa, da Universidade Federal de Juiz de Fora, e colegas. Os autores contam no artigo que ainda será publicado na Revista Brasileira de Psiquiatria que o objetivo do trabalho foi analisar a associação entre dimensões de religiosidade e a prevalência de transtornos mentais comuns entre idosos. Eles testaram ainda o suporte social como mecanismo de mediação desta suposta associação. Segundo os pesquisadores, 90,7% da amostra consideraram-se religiosos, sendo que 66,6% eram católicos e 41,2% frequentavam uma ou mais vezes alguma atividade religiosa semanalmente. “A presença de transtorno mental comum não foi associada com filiação religiosa ou considerar-se religioso. A prevalência de transtorno mental comum para os que frequentam serviço religioso foi aproximadamente a metade daqueles que nunca frequentam”, afirmam no artigo.

Os resultados também mostraram que maior frequência a serviços religiosos associou-se a maiores níveis de suporte social. Dessa forma, os autores entendem que a amostra apresentou altos níveis de religiosidade, houve forte associação entre frequência religiosa e menor prevalência de transtornos mentais comuns entre idosos e esta associação não foi explicada pelo suporte social.

Outro estudo, este publicado em agosto deste ano, mostrou que pensar em Deus reduz o estresse que as pessoas vivenciam ao cometer erros. Publicado na revista Psychological Science, os pesquisadores mediram as ondas cerebrais em uma situação específica – a reação das pessoas ao saber que cometeram erros em um teste. Aqueles que foram preparados com pensamentos religiosos tiveram uma resposta menos proeminente do que aqueles que não os receberam.

“Cerca de 85% da humanidade têm algum tipo de crença religiosa”, afirma Michael Inzlicht, que conduziu o estudo ao lado de Alexa Tullett. Ambos são da Universidade de Toronto Scarborough. Os pesquisadores mostraram que, quando as pessoas pensam em religião e em Deus, o cérebro delas responde de uma forma diferente – elas reagem com menos sofrimento e ansiedade após cometerem erros.

Antes de passar por um teste de computador com alto índice de erros, parte dos participantes tinha escrito sobre religião, ou completado um jogo de palavras-cruzadas com termos relacionados a Deus. Os exames mostraram que a atividade cerebral desses voluntários era reduzida no córtex cingulado anterior, área associada à excitação e que gera um alerta quando as coisas dão errado.

O curioso é que ateus reagiram de forma diferente: quando eram estimulados a pensar em assuntos relacionados a Deus, a atividade do córtex cingulado anterior deles aumentava. Os pesquisadores sugerem que, para pessoas religiosas, pensar em Deus pode fornecer uma maneira de ordenar o mundo e explicar eventos aparentemente aleatórios, o que reduz a angústia. Em contrapartida, para os ateus, os pensamentos sobre Deus podem contradizer o sistema de significados abraçado por eles e, assim, causar-lhes ainda mais sofrimento.

“Pensar em religião traz calma quando se está em um incêndio e torna as pessoas menos angustiadas ao cometerem um erro”, diz Inzlicht. Segundo ele, há evidência de que pessoas religiosas vivem mais tempo e tendem a ser mais felizes e saudáveis, mas ainda faltam conclusões mais precisas.

Fonte: Novo Tempo

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